Pessoas com autismo e transtornos do desenvolvimento frequentemente apresentam muitos comportamentos interferentes, isso se deve ao fato de que estes alunos tem falhas importantes em repertórios essenciais como: comunicação, tolerância, conseguir transitar, esperar, etc.
Intervir adequadamente nesses comportamentos, nada mais é do que garantir que o indivíduo possa acessar o que ele precisa (seja um descanso, um tempo no iPad, enfileirar carrinhos, doces, atenção…) de maneira mais efetiva e menos interferente.
E podemos fazer isso de duas formas principais: com estratégias antecedentes e/ou estratégias consequentes. Ou seja, podemos usar estratégias ANTES DO COMPORTAMENTO ACONTECER (antecedentes) com o objetivo de que ele nem aconteça, e podemos usar estratégias DEPOIS DELE ACONTECER (consequentes), com o objetivo que ele nem aconteça.
O ideal, é claro, é que as estratégias funcionem de maneira antecipada – para prevenir o comportamento. Com isto, colocamos o indivíduo menos em risco. Estratégias antecedentes, podem ser, por exemplo: você dar mais atenção de maneira livre, para evitar que haja comportamentos por atenção (chamamos isso de NCR), promover escolhas do tipo: “você quer este ou este?” (chamamos de controle compartilhado), diminuir demandas difíceis (chamamos isso de “fading out” de demandas), ensinar o aluno a dizer o que precisa no momento que precisa, e de maneira sistemática (chamamos isso de FCT) dentre outras.
Da mesma forma, é importante que sempre saibamos o que fazer caso o comportamento aconteça. Podemos não entregar o que o aluno precisa (extinção – porém essa nunca deve ser usada sozinha), entregar o que ele precisa mediante um comportamento menos grave (reforçar precorrentes), dentre outras possibilidades.
Sendo assim, não é um OU outro. E sim os dois juntos. Trabalhar com o uso de estratégias antecedentes é ESSENCIAL para podermos EVITAR que o comportamento interferente aconteça. Porém, é importante termos um plano de conduta caso ele aconteça também, a fim de garantir que o indivíduo fique seguro.
E claro, vale lembrar: a melhor estratégia deve ser sempre pensada caso a caso, e avaliada por um analista do comportamento competente.
Espero que este artigo tenha te ajudado!
Um abraço,
Carol e Pri